Imperativos demográficos, económicos, sociais e ambientais
têm estimulado a aposta em novos modelos de desenvolvimento urbano, assim como
em formas inovadoras de gestão das infraestruturas e prestação de serviços
públicos. Neste caso, o paradigma das smart cities afirmou-se como uma resposta
a esta necessidade e provocou a abertura
de fortes linhas de financiamento do H2020. Em Portugal avança-se “timidamente”,
desarticuladamente, sem estratégia nacional, apesar da existência de uma rede: RENER
– Rede Portuguesa de Cidades Inteligentes e de muitos documentos orientadores,
como é o caso do “Cidades Sustentáveis 2020” (Diário
da República, 1.ª série—N.º 155—11 de agosto de 2015). No entanto, temos alguns bons exemplos, ou como se diz: “boas
práticas”, como é o caso da cidade de Águeda.
Sabemos que as smart cities europeias, de maior sucesso, são
áreas urbanas onde emerge um novo balanço de poder entre as políticas públicas,
as empresas e a sociedade civil, no âmbito de um modelo de governação aberta e
interactiva.
Sabemos que, um muitos casos, os tradicionais processos de
regeneração urbana deram lugar a projectos estratégicos com vista à criação de
espaços urbanos smart, nos quais se aliou a sustentabilidade, a engenharia
social e a tecnologia, com uma forte participação da comunidade.
Sabemos que muitos projectos começaram com reflexões
multidisciplinares sobre a “cidade que temos e a cidade que desejamos”, através
de modelos de conferencia e/ou workshop, de preferência com um cariz internacional.
Pois, foi isso mesmo que aconteceu em Águeda, em 2013, com
uma série de eventos que culminaram numa Workshop internacional: O PARQUE E A
CIDADE, de 5 a 14 de Setembro. Esta reflexão sobre o processo de regeneração
urbana trouxe contributos inovadores, originais, resultantes de processos
criativos e abordagens interdisciplinares, surgindo projectos capazes, mas
também e, acima de tudo, “novos princípios e orientações sobre a maneira de
conceber a transformação da cidade existente e o seu desenvolvimento e
relacionamento para com os espaços e territórios envolventes”. Foi um ponto de
partida, que vai dando bons frutos, obrigando a um permanente reequacionar do
pensamento e da acção do desenvolvimento de uma cidade. Um exemplo que faz jus
ao provérbio chinês: “Visão sem acção é sonho. Acção sem visão é pesadelo”.
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