“I want us to ask
ourselves every day, how are we using technology to make a real difference in
people’s lives.” – Presidente Barack Obama
O acesso
“simples” aos serviços está novamente no topo da agenda pública, leia-se
governo. Ainda bem. Temos um road-show a “rolar”, recolha de opiniões,
diagnósticos, mais diagnósticos. Enfim! iremos parar num “power-point” ? Há
“toneladas” de estudos, “reports”, “surveys”, planos estratégicos, etc. Todos,
em conjunto, são bibliografia suficiente para FAZER em multicanal: canal
interno, leia-se “in-house”, pelos organismos públicos (governo central,
regional e local), ou pelo canal externo, leia-se empresas, cidadãos, etc. Defendo
a abertura à economia, à “nova-economia”, aquela que encoraja o desenvolvimento
da App Economy, que capacita
(permite) as escolhas dos cidadãos. Por onde podemos ir? Por caminhos dos dados
abertos (open data), geridos,
promovidos, garantidos (quantidade, qualidade e continuidade) por entidades
públicas.
Dados abertos é
democracia!
Um governação
orientada para o digital, que promova a competitividade, a inovação e a
resolução do problema do acesso fácil (usabilidade e acessibilidade) à
informação e à interação com os serviços públicos, tem um eixo estratégico: uma
cloud pública, onde os fornecedores
de serviços tenham acessos a dados públicos (abertos e de acesso restrito), os
disponibilizem soluções (serviços) e os organismos públicos os possam procurar,
adquirir e utilizar. Um exemplo de uma boa prática desta natureza: G-Cloud [1]. É uma iniciativa do governo do Reino Unido
para servir todos os serviços públicos com sistemas de computação na nuvem (cloud). Criada em 2012, a G-Cloud consiste numa infraestrutura de cloud. O governo do Reino Unido
estabeleceu uma política de “Cloud First”
para os serviços TI (driver para
adoção de serviços cloud pelo sector
público), esperando que em 2015, 50% dos serviços estivessem na G-Cloud. A G-Cloud vai na sexta chamada – G-Cloud 6 (G6), até 1 de Agosto de 2016. “Digital Marketplace”: uma forma simples de vender e comprar
serviços no sector público – interface de venda online (online shop). Há
catálogos, guias para fornecedores (vendedores) e para compradores, com base em
requisitos funcionais e outros. Cada serviço encontra-se organizado por
categorias (lotes) tipo de uma cloud:
-
Lot 1 -
Infrastructure as a Service (IaaS)
-
Lot 2 -
Platform as a Service (PaaS)
-
Lot 3 -
Software as a Service (SaaS)
-
Lot 4 - Specialist Cloud Services (oferta de especialistas de TI,
individuais e empresas, para migração de serviços e aplicações para a G-Cloud)
O Ministro do
Gabinete do Governo do Reino Unido Francis Maude referiu-se à G-Cloud da seguinte forma: “G-Cloud traz uma mudança radical na forma
como o governo compra serviços TI. É mais rápido, mais barato e mais
competitivo, aberto a uma ampla gama de empresas, incluindo a maioria das
PME´s, e oferece mais possibilidades de escolha e inovação”.
“Muitos organismos governamentais já usam
G-Cloud, mas os custos de TI ainda são muito altos. Uma maneira de reduzi-los é
acelerar a adoção da Cloud em todo o sector público para maximizar os
benefícios disponibilizados e, ao mesmo tempo, apoiar a inovação e o
crescimento no sector TIC do Reino Unido”.
Em março de 2014,
60% do total das vendas, em termos de valor, foram efetuados por PME´s. O
ecossistema das PME TICE no Reino Unido está, desta forma, a receber receitas
do sector público (muitos acham que é uma devolução), à medida que muitos
contratos de outsourcing, de longa
data, chegam ao fim.
João Orvalho, Professor do Politécnico de Coimbra,
jgorvalho@gmail.com
[1] G-Cloud – cloud
do governo do Reino Unido - https://www.gov.uk/digital-marketplace
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