Não, nem no resto do país, pois, de acordo com as estatísticas da responsabilidade da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR), foram atropeladas mais de 16 pessoas por dia, apenas nos primeiros oito meses deste ano. Mais ainda, segundo dados de 2006, mais de 13 por cento das vítimas mortais foram peões.
Muitos dos acidentes acontecem em passadeiras, o que é um paradoxo. Esse devia de ser o lugar seguro, por excelência, para atravessar uma rua. Mas não é. Quando na gíria, nos referimos a elas como zebras, mais parece que a metáfora se adequa ao trânsito citadino, como se de uma selva se trate.
Assim sendo, nesta cidade há uma grande “selva”. Há “zebras” mal iluminadas; mal sinalizadas; mal pintadas; em sítios impróprios, por exemplo, à saída de rotundas e em curvas; sem pisos anti-derrapantes; com semáforos que nem sempre funcionam ou com poucos segundos (de 10 a 15, medidos pelo meu cronómetro) no sinal verde, impossibilitando o atravessamento completo de idosos, crianças e cidadãos com deficiência, etc. Acresce a este quadro nada favorável, o número de condutores que não respeitam os peões nas passadeiras, sendo maior o risco quando existem duas faixas num sentido. Há, quase sempre, um que se “esquece” de parar. A velocidade é excessiva, adquirindo um estatuto de normalidade nas avenidas com perfil de via rápida (mais parecem auto-estradas) dentro da malha urbana. Os peões, também prevaricam, quando avançam e “investem” directamente para as “zebras”. Estes, têm que dar indicações que querem passar e esperarem que os veículos parem, para que a travessia seja totalmente segura.
Há muito para aprender e para fazer.
É, sem dúvida, uma questão de cidadania. As autoridades com competências no trânsito e na segurança rodoviária, tentam à algum tempo ir ao encontro dos problemas dando uma resposta adequada com o Projecto Escola Segura, onde desenvolvem um importante trabalho em certas horas do dia, garantindo o acesso seguro às “zebras” em frentes às escolas. É sabido que não se pode colocar um Policia junto a cada “zebra”, mas também é sabido que não devem “passar” tanto tempo dentro das rotundas a multar. Esta “imagem de marca” pode ser injusta, mas julgo não ser aí que exista a maior necessidade de actuação.
Todos os dias eu e minha família atravessamos, várias vezes, a Av. Fernando Namora (“via rápida”). Aqui, há uma rotunda que se assemelha a uma “chicane”. Ao longo da avenida há “zebras” sem semáforos; onde os há são poucos os segundos para as atravessar; também as há à saída de rotundas. O barulho de grandes travagens e acelerações é uma constante, de dia e de noite. O “correr” e o “fugir”dos peões, dependendo da perspectiva, parece coisa de “outro mundo”.
E no resto da Solum? E em muitas e muitas outras avenidas/ruas que são autênticas vias-rápidas ? Uma aventura muito perigosa, onde a tragédia está sempre “à espera para acontecer".
Nos últimos dias, a sequência de ocorrências dramáticas, quer com peões, e quer com outros intervenientes rodoviários, vieram reavivar a memória colectiva desta “guerra” permanente, levando o governo a anunciar 2 milhões de euros para uma nova campanha, de forma a baixar sinistralidade nas estradas. O investimento vai para “mais alcoolímetros, radares de controlo de velocidade e sistemas informáticos a utilizar pelas forças de segurança”.
E as passadeiras? as lombas para limitação da velocidade ? a educação cívica ?
A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), que muitas vezes passam por fundamentalistas e chatos, tem uma acção altamente meritória, “diz” que a lei das acessibilidades não é cumprida, como também “não é cumprida a directiva europeia de 1998 que prevê a realização de auditorias rodoviárias". E vai mais longe, afirma que "os engenheiros não fazem ideia de como devem lidar com os peões, até porque em Portugal não existem livros de normas nem de boas práticas".
Nem os “engenheiros” nem os políticos, acrescento Eu, como peão confesso e condutor que também comete erros. Quanto às boas práticas, “basta” ir visitar algumas cidades do centro da Europa.Se andar a pé, por necessidade ou pela sua saúde, tenha todo o cuidado: o perigo espreita, tema pela sua vida. Se for condutor, leve sempre o “coração” ao volante e o amor ao próximo, tal como a si mesmo.
Muitos dos acidentes acontecem em passadeiras, o que é um paradoxo. Esse devia de ser o lugar seguro, por excelência, para atravessar uma rua. Mas não é. Quando na gíria, nos referimos a elas como zebras, mais parece que a metáfora se adequa ao trânsito citadino, como se de uma selva se trate.
Assim sendo, nesta cidade há uma grande “selva”. Há “zebras” mal iluminadas; mal sinalizadas; mal pintadas; em sítios impróprios, por exemplo, à saída de rotundas e em curvas; sem pisos anti-derrapantes; com semáforos que nem sempre funcionam ou com poucos segundos (de 10 a 15, medidos pelo meu cronómetro) no sinal verde, impossibilitando o atravessamento completo de idosos, crianças e cidadãos com deficiência, etc. Acresce a este quadro nada favorável, o número de condutores que não respeitam os peões nas passadeiras, sendo maior o risco quando existem duas faixas num sentido. Há, quase sempre, um que se “esquece” de parar. A velocidade é excessiva, adquirindo um estatuto de normalidade nas avenidas com perfil de via rápida (mais parecem auto-estradas) dentro da malha urbana. Os peões, também prevaricam, quando avançam e “investem” directamente para as “zebras”. Estes, têm que dar indicações que querem passar e esperarem que os veículos parem, para que a travessia seja totalmente segura.
Há muito para aprender e para fazer.
É, sem dúvida, uma questão de cidadania. As autoridades com competências no trânsito e na segurança rodoviária, tentam à algum tempo ir ao encontro dos problemas dando uma resposta adequada com o Projecto Escola Segura, onde desenvolvem um importante trabalho em certas horas do dia, garantindo o acesso seguro às “zebras” em frentes às escolas. É sabido que não se pode colocar um Policia junto a cada “zebra”, mas também é sabido que não devem “passar” tanto tempo dentro das rotundas a multar. Esta “imagem de marca” pode ser injusta, mas julgo não ser aí que exista a maior necessidade de actuação.
Todos os dias eu e minha família atravessamos, várias vezes, a Av. Fernando Namora (“via rápida”). Aqui, há uma rotunda que se assemelha a uma “chicane”. Ao longo da avenida há “zebras” sem semáforos; onde os há são poucos os segundos para as atravessar; também as há à saída de rotundas. O barulho de grandes travagens e acelerações é uma constante, de dia e de noite. O “correr” e o “fugir”dos peões, dependendo da perspectiva, parece coisa de “outro mundo”.
E no resto da Solum? E em muitas e muitas outras avenidas/ruas que são autênticas vias-rápidas ? Uma aventura muito perigosa, onde a tragédia está sempre “à espera para acontecer".
Nos últimos dias, a sequência de ocorrências dramáticas, quer com peões, e quer com outros intervenientes rodoviários, vieram reavivar a memória colectiva desta “guerra” permanente, levando o governo a anunciar 2 milhões de euros para uma nova campanha, de forma a baixar sinistralidade nas estradas. O investimento vai para “mais alcoolímetros, radares de controlo de velocidade e sistemas informáticos a utilizar pelas forças de segurança”.
E as passadeiras? as lombas para limitação da velocidade ? a educação cívica ?
A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), que muitas vezes passam por fundamentalistas e chatos, tem uma acção altamente meritória, “diz” que a lei das acessibilidades não é cumprida, como também “não é cumprida a directiva europeia de 1998 que prevê a realização de auditorias rodoviárias". E vai mais longe, afirma que "os engenheiros não fazem ideia de como devem lidar com os peões, até porque em Portugal não existem livros de normas nem de boas práticas".
Nem os “engenheiros” nem os políticos, acrescento Eu, como peão confesso e condutor que também comete erros. Quanto às boas práticas, “basta” ir visitar algumas cidades do centro da Europa.Se andar a pé, por necessidade ou pela sua saúde, tenha todo o cuidado: o perigo espreita, tema pela sua vida. Se for condutor, leve sempre o “coração” ao volante e o amor ao próximo, tal como a si mesmo.
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