terça-feira, 30 de outubro de 2007

E projecta-se um retrato robot do funcionário público ideal ...

Do estudo do INA sobre a percepção dos cidadãos sobre o serviço público, retenho o seguinte:
Competências no sentido da Eficiência:
“-Como seria?
-Jovem, 30 e tal anos
-Simpático
-Dinâmico
-Pode ser casado
-Viaja para o estrangeiro
-Afável
-Profissional
-Responsável
-Prático
-Eficaz
-Vê um cliente (nós) como uma oportunidade e não um problema!”

domingo, 28 de outubro de 2007

Resultado dos exames do 9º ano em Matemática e Professores do 1º ciclo

No exame do 9º ano de 2006/07 houve 72,8 por cento de negativas a Matemática. Uma desgraça!
A esmagadora maioria dos alunos que entram no ensino superior em cursos de formação de professores do 1º ciclo, o último contacto que tiveram com a matemática foi no 9º ano. Não é dificil visualizar o impacto que este resultado terá nos futuros professores com responsabilidade de ensinar matemática. A sua recuperação é muito difícil, os meus colegas de matemática que o digam. Resultado: são precisos programas suplementares (ou complementares) de formação contínua em matemática para professores do 1º ciclo, com custos elevados e ainda sem avaliação de resultados. Não tenho dúvidas sobre o impacto do que agora foi “medido”: o défice de competências básicas em matemática, nível do 9º ano, é brutal, tem um efeito de cascata monstruoso.
Encontro, demasiadas vezes, jovens estudantes do ensino superior e licenciados com dificuldades em entender (o conceito subjacente) que o valor de uma célula de uma folha de cálculo pode ser o resultado de uma operação de valores em outras células. Imaginem, o resultado da soma de 5, 10, 20, … 100 valores ser inscrito, manualmente, numa célula após somatório manual, ie com a máquina de calcular, de todas as parcelas. E funções estatísticas simples (ex: média) ? e o conceito de percentagem … Bem, mal, no fim da linha medem-nos a produtividade e é uma lástima.

sábado, 27 de outubro de 2007

Preocupações com o título de especialista

A lei 62/2007 (RJIES) “diz”:

Artigo 48.º - Título de especialista
1 - No âmbito do ensino politécnico é concedido o título de especialista, nos termos a fixar por decreto-lei.
2 - O título de especialista comprova a qualidade e especial relevância do currículo profissional numa determinada área.

Artigo 49º - Corpo docente das instituições de ensino politécnico
1 - O corpo docente das instituições de ensino politécnico deve satisfazer os seguintes requisitos:
(…)
b) Dispor, no conjunto dos docentes e investigadores que desenvolvam actividade docente ou de investigação, a qualquer título, na instituição, no mínimo de um detentor do título de especialista ou do grau de doutor por cada 30 estudantes;
c) No conjunto dos docentes e investigadores que desenvolvam actividade docente ou de investigação, a qualquer título, na instituição, pelo menos 15 % devem ser doutores em regime de tempo integral e, para além destes, pelo menos 35 % devem ser detentores do título de especialista, os quais poderão igualmente ser detentores do grau de doutor.
2 - A maioria dos docentes detentores do título de especialista deve desenvolver uma actividade profissional na área em que foi atribuído o título
3 - Os docentes e investigadores a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 1:
a) Se em regime de tempo integral, só podem ser considerados para esse efeito nessa instituição;
b) Se em regime de tempo parcial, não podem ser considerados para esse efeito em mais de duas instituições.

A falta de regulamentação, por decreto-lei, está a levantar muitas preocupações no ensino politécnico, quer individuais quer institucionais. Circulam propostas: CCISP, IP de Bragança e Setúbal e debates promovidos pelo SNESUP. As contribuições, do meu conhecimento, reflectem as perspectivas e os interesses dos seus autores. A matéria não é consensual, longe disso. Contudo, o “curriculum profissional” e a sua interligação com as ordens profissionais e o CNP (Classificação Nacional de Profissões) são eixos estratégicos do que vier a ser regulamentado. As assembleias estatutárias das instituições politécnicas irão, com certeza, debater este aspecto determinante das organizações. Ontem, num debate do SNESUP em Coimbra éramos sete, quando as consciências despertarem serão mais ... .

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

COIMBRA 2.0 (Publicado no Diário de Coimbra, em 25/10/07)

No início do presente mês, Outubro, participei no fórum “Local Government e-Leader’s”, promovido pela CISCO e a acolhido na cidade do Porto. Este, tinha como tema “Connected Cities 2.0”. Aqui, autoridades locais, nacionais e estrangeiras, partilharam as suas experiências envolvendo especialistas de empresas e do ensino superior, de forma a acelerar os seus processos de e-transformação.
A cidade do Porto mostra-nos em outdoors e muppies a sua campanha “EM CASA TUDO SE RESOLVE”. Com um fundo verde e um par de pantufas, passam e fazem “jus” à mensagem do inovador serviço de atendimento online no sítio www.cm-porto.pt (CMP). É de registar e salientar que este serviço requer e exige o estabelecimento de um contrato entre o munícipe e a CMP, onde a “confidencialidade”, as “obrigações”, as “responsabilidades”, os “plenos efeitos jurídicos”, … são devidamente enquadrados e tratados.
Neste fórum, esteve presente o projecto Évora Distrito Digital, um dos projectos finalistas do European eGovernment Awards 2007, cuja missão é a de distinguir casos exemplares de boas práticas na área do governo electrónico (eGov).
Foram apresentados e analisados outros projectos de cidades de países europeus, de associações de municípios e outras entidades, como exemplos de uma nova dimensão de cidadania, construída e assente em três imperativos:
· uso da rede como plataforma de colaboração e criatividade;
· gestão eficiente dos recursos, focalizando a estratégia no cidadão/munícipe;
· criação de conhecimento, resolução de problemas e oferta de melhores serviços.
Nos últimos três anos, uma nova bateria de aplicações de Internet têm surgido, baseadas na atitude proactiva dos seus utilizadores: blogs, wikis, redes sociais, etc, usando o termo comum de “Web 2.0”. A transformação da relação do cidadão com o estado, nomeadamente do munícipe com a Câmara, é um dos grandes desafios aos governos do sector público.
O cidadão de hoje exige a disponibilidade de serviços digitais 24 horas por dia, sete dias por semana, e aguarda por canais com serviços integrados, personalizados que vão ao encontro das suas necessidades.
O governo electrónico tem de atender à necessidade e a oportunidade dos cidadãos se envolverem nos processos políticos e na tomada de decisões, contribuindo para que os serviços públicos sejam mais transparentes, eficazes, eficientes e responsáveis.
O poder local não pode desperdiçar esta oportunidade de cativar a geração Y, a sua confiança, a sua capacidade de inovação e a sua Voz: veja-se o exemplo do FixMyStreet. É preciso atitude e estratégia, porque tecnologia há muita por aí (em Coimbra): rede de alto débito, através de um anel de fibra óptica, que interliga a Universidade de Coimbra (UC), o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e outras instituições; redes sem fios – Wifi – Campus Virtual na UC, IPC e outras instituições de ensino superior; e há mais e muito mais.

Xadrez e Matemática

Vale a pena registar um projecto interessante na Escola 31 de Janeiro na Parede. O xadrez é disciplina obrigatória, com programa e avaliação. Em 2006 a Sociedade Civil" da RTP2 noticiava. Agora, foi o Público e a SIC. Do Público: "Há quatro anos que o xadrez faz parte do currículo do ensino básico (no 1.º ciclo integra a componente da Matemática) e todos os quase 400 alunos da Escola 31 de Janeiro, do 2.º ao 9.º, têm obrigatoriamente de frequentar esta disciplina." A SIC "diz" que "o tabuleiro é uma espécie de tabuada. Os resultados a Matemática eram preocupantes. O Xadrez veio ajudar a melhorar a média dos exames." Caso de estudo? concerteza. Hajam opções e possibilidade de escolha, na Escola !

Refs: Imagem de Pedro Andersson/SIC; Pedro Andersson Jornalista da SIC; Isabel Leiria Jornalista Público.


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

International Association of Educating Cities. Coimbra aderiu!

Boas noticias, bons sinais para o futuro. (http://w10.bcn.es/APPS/eduportal/pubPortadaAc.do)


"Educating cities started as a movement in 1990 based on the 1st International Congress of Educating Cities, held in Barcelona, when a group of cities represented by their local governments set for themselves the common goal of working together on projects and activities for improving the quality of life of their inhabitants on the basis of their active involvement in the use and evolution of the city itself and according to the aproved Educating Cities Charter. Some years later, in 1994, the movement was formalised as the International Association of Educating Cities at its 3rd Congress in Bologna."

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Estudar em Coimbra (publicado no Diário de Coimbra, em 11.10.2007)

Estudar em Coimbra, a meu ver, poderia ser um projecto conjunto da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) com o objectivo de incrementar a internacionalização e a atractibilidade desta região. Uma cooperação institucional, deste género, assentaria num contrato, entre os parceiros, com claros objectivos de incrementação das relações de cooperação, de integração de instituições de ensino de forma a que a utilização dos recursos existentes seja efectuada de forma eficiente, promovendo o desenvolvimento da Região de Coimbra como uma proeminente região internacional do conhecimento.
A plataforma de cooperação poder-se-ia centrar nos seguintes eixos estratégicos:
- Cooperação Educacional: as instituições de ensino superior (IES) aprofundariam a cooperação educativa, limando, gradualmente, as sobreposições e promovendo acordos para a distribuição do trabalho, numa base de racionalização dos recursos;
- Internacionalização: as IES comprometer-se-iam a incrementar o desenvolvimento de serviços para estudantes estrangeiros, criando condições adequadas à sua estadia na Região de Coimbra; promovendo a mobilidade de estudantes e investigadores, assim como o desenvolvimento de estudos (cursos) comuns em inglês;
- Investigação e Desenvolvimento: as IES cooperariam e articulariam projectos de investigação e desenvolvimento;
- Desenvolvimento de Serviços: as IES organizariam serviços comuns de suporte, com especial incidência para os serviços de apoio aos alunos, bibliotecas, centros de documentação e informação, serviços de informação e facilidades tecnológicas, materializado no portal Estudar em Coimbra a totalidade dos diversos eServices oferecidos;
- Rede Regional de Educação na Região de Coimbra: a necessidade da criação de uma perspectiva regional, criaria as condições para as IES implementarem uma Rede Regional de Educação com outras instituições de ensino e organizações da comunidade (poder local, empresas, instituições públicas, organizações empresarias, sindicatos, etc), de forma a promover actividades de formação, educação, investigação e desenvolvimento na Região de Coimbra, assim como o desenvolvimento regional da componente de inovação e empreendedorismo.
Há muito que outras comunidades desenvolvem projectos de sucesso com base na cooperação regional, atingindo níveis que permitem a oferta de estudos transversais por parte de várias instituições universitárias e politécnicas. É o caso do projecto UniPoli Tampere, na (incontornável) Finlândia, remontando a 2002 a data de início do primeiro acordo de estratégia regional. A região de Tampere engloba 28 concelhos, com cerca de 470000 habitantes, e possui quatro IES: duas universitárias e duas politécnicas (denominadas por universidade de ciências aplicadas) que formam a Regional Higher Education Network in Tampere Region (http://www.uta.fi/sitr):Tampere University, Tampere University of Technology, Tampere Polytechnic – University of Applied Sciences and Pirkanmaa Polytechnic – University of Applied Sciences. É importante levar em conta que, praticamente todos, os politécnicos da Finlândia são dependentes das autoridades locais, são financiados pelo governo central e, também, pelas autoridades locais ou consórcios municipais.
Registe-se que na região de Tampere nasceu a tão conhecida Nokia, na pequena cidade de Nokia, a qual dista cerca de 15 Km da cidade de Tampere Hoje, na região de Tampere, estudam cerca de 37000 alunos do ensino superior, tendo, anualmente, mais de 1000 alunos estrangeiros e mais de 1200 mobilidades de estudantes Erasmus. Na cidade de Tampere a empresa Nokia onde possui um importante centro de investigação e uma grande base de negócios. A propósito, a Nokia Siemens está a instalar dois centros de desenvolvimento em Aveiro e em Lisboa. Em Aveiro, este pólo de inovação está a “arrastar” o interesse de outras empresas: Siemens, Galp, Martinfer, Limoges… . Pois é !