Os grandes problemas precisam
de pequenas soluções - e muitas !
Por isso, acredito que em 20XX ir-se-á
realizar uma competição Open Data (dados abertos) para encontrar as melhores
App’s, sobre dados abertos da Ria de Aveiro, que ajudem a gerir os maiores
problemas e globalmente aplicáveis ao turismo. Outro importante objectivo é
promover o uso dos dados abertos e a criação de redes de sensores “abertos”,
fomentando o processo de inovação no contexto do movimento das cidades inteligentes.
O Hack at Ria Aveiro será uma plataforma para
apoiar o processo de desenvolvimento de App. Ela permitirá a criação por
equipas multidisciplinares, com colaboração on-line, com apoio de mentores e
peritos. Ela será aberta e gratuita para qualquer criador de App, ou seja, engenheiros,
designers, profissionais de marketing, comunicadores ou apenas as pessoas com
boas ideias. Os catálogos de dados são conjuntos que estarão partilhados por
instituições da Administração Pública, garantidos (qualidade e devidamente
actualizados), como por exemplo, estatísticas sobre as diversas funções da economia
do mar, transportes, eventos, pontos de interesse, espaço culturais, saúde,
parques de bicicletas, rotas, wifi hot spot, etc.
Contudo, na Ria Aveiro, tal como em Portugal e
na Europa, apesar das muitas iniciativas, temos de levar esta política mais a
sério. “Europa está sem um compromisso sério face aos dados abertos” diz Paul
MacDonnell, do Center for Data Innovation
- uma organização “think tank” que se tem dedicado à reflexão e estudo sobre a
interligação entre os dados, a tecnologia e as políticas públicas, acredita que
a maior parte dos países europeus ainda não está a levar a sério as
oportunidades criadas pelos dados abertos. No seu artigo[1] relembra
o potencial de mercado para os dados abertos: até 2020, estima-se que os dados
abertos venham a criar um mercado de bens e serviços na ordem dos 75.7 mil
milhões de euros, em toda a Europa. O responsável do Center for Data Innovation acredita que o impacto da diretiva
europeia para a reutilização da informação do sector público está, ainda, longe
do desejável. Apesar do mérito da iniciativa, a diretiva deixa nas mãos dos
estados membros a decisão sobre a informação e formatos a disponibilizar.
É preciso construir uma “Open Data and Smart Ria
Aveiro”.
João Orvalho, Professor do Politécnico de Coimbra,
jgorvalho@gmail.com