terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Histórico: parabéns à Universidade do Porto

Do site da UP:

A Assembleia Estatutária da U.Porto aprovou, por 17 votos a favor e 2 votos contra, a transformação da Universidade em fundação pública com regime de direito privado. Na mesma reunião, a Assembleia Estatutária aprovou ainda, por unanimidade, a versão final dos novos estatutos da Universidade do Porto.

A Assembleia Estatutária decidiu aprovar a adopção do modelo fundacional pela Universidade do Porto por considerar estarem satisfeitas as condições colocadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no documento aprovado por aquele órgão na reunião de 9 de Janeiro de 2008, incluindo os princípios para a elaboração de um contrato programa com o MCTES para:
a) reforço das infra-estruturas e equipamentos, científicos e de ensino;
b) reforço de meios humanos qualificados;
c) medidas específicas de apoio aos estudantes.

A Assembleia Estatutária da U.Porto é composta pelo Reitor, 12 representantes eleitos da comunidade docente (professores e investigadores de carreira e outros docentes e investigadores com o grau de doutor em regime de tempo integral), três representantes eleitos dos estudantes e cinco personalidades externas de reconhecido mérito público e relevância para a instituição.



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Alunos Maiores de 23: um fenómeno

No Público on-line começa assim: "É um dos fenómenos em alta em Portugal, embora esteja ainda por determinar se deste “boom” estatístico resultará uma história de sucesso: entre 2004 e 2007, o número de estudantes adultos que se inscreveu no 1.º ano do ensino superior registou um aumento superior a 2000 por cento. De 551 no ano lectivo de 2004-2005 passou-se para 11.773 em 2007-2008." Já efectuei vários posts, neste blog, sobre este assunto, inclusive de carácter reflexivo: "Maiores de 23: a Revolução de Veludo do Ministro Mariano Gago ?".

Recuperar a economia

Como a economia não é uma ciência exacta, vale a pena ler o prémio nobel da economia - PAUL KRUGMAN, num interessante artigo no El País.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Progressão sem mérito

Um estatuto para recompensar ou para incentivar? um título promissor do artigo de Rui Antunes, no Público, mas com conteúdo "popularucho" à procura de apoiantes para a sua candidatura à presidência do Instituto Politécnico de Coimbra. Isso mesmo. Conheçendo o autor, o seu percurso e o contexto onde se movimenta é fácil perceber as suas intenções. Está a tentar cativar as "bases", ie os que não podem ascender. Por outro lado, numa outra perspectiva, não contesta a existência de cotas. Nivela tudo pela "base", por isso está a "passar" todos os docentes para a categoria de professor adjunto (na Escola Superior de Educação de Coimbra)., com vantagem de aquirirem a qualidade de votantes. Não esclarece o que entende por mérito. Será de cariz científico? pedagógico? deverá ser, pois, a centralidade do seu artigo é o acesso à categoria com funções de coordenação científica e pedagógica. Ora, como está na categoria de professor adjunto e pretende ascender à de professor coordenador, mas "indo" pelo "caminho" do mérito (científico e pedagógico) o seu curriculo não o ajudar, então, "criou" uma saída? ao seu estilo. Como de 1996 até hoje tem, sistemáticamente, ocupado lugares de gestão (com um interrupção de 3 anos), então, também os "cargos de gestão, desempenhados por eleição, poderiam dar acesso a este tipo de avaliação e progressão salarial" servirão para progredir por mérito. Estamos conversados.

domingo, 16 de novembro de 2008

Alunos com mais idade são 20 vezes mais em três anos

No DN de hoje: "Ensino superior tem alunos cada vez mais velhos". Tal como escrevi anteriormente, este "rúbrica" de acesso tem sido a componente de maior peso na sustentabilidade do sistema. "Revolucionário", como afirmei. Reapare-se que, segundo o DN, os "Estudantes com mais de 23 anos que se matricularam este ano lectivo nas instituições privadas já representam 23% do total. Nos politécnicos, esta percentagem sobe para 26%. No total, este grupo etário representa já 14% dos universitários do sector público e privado". Agora, imagine-se, de forma simplificada, o sistema com menos 23%, 26% e 14% de alunos?! Como o aumento da procura de alunos pelas outras vias tem sido atendido pela oferta, imagine-se (só mais um esforço) o impacto nas receitas próprias das IES, quando o sistema tem menos orçamento do estado ?!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

“Unir Para Vencer”: GO

“Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.”
Discurso de Barack Obama, na noite da vitória em Chicago

Quando a economia real está numa profunda crise é extremamente difícil induzir dinâmicas mobilizadoras, que venham a gerar alterações motivacionais geradoras de mudança. Contudo, há quem queira “Voltar a Acreditar” e há quem queira “Unir Para Vencer”. Estamos num distrito em processo de “esvaziamento”, o de Coimbra, e numa campanha regional de uma partido há procura de uma renovação, o partido social democrata (PSD).
No inicio de 2002, conheci um professor e, também, autarca com uma dinâmica fantástica e muita humildade. Coordenava, eu, um grande projecto no distrito de Coimbra, com objectivos de acompanhamento do uso da Internet para fins pedagógicos, junto dos professores e alunos das escolas públicas do 1° ciclo do Ensino Básico (EB1). A Internet, banda “estreita”, tinha chegado às escolas e era preciso dinamizá-la: câmaras, escolas, professores, pais, alunos, tios, primos, etc. A inércia das autarquias era gigantesca, sem estruturas adequadas para acompanhar os “novos tempos”, e as Escolas estavam praticamente isoladas, e muito abandonadas. Foram necessárias muitas viagens, muitas reuniões, muito teimosia e passados uns anos “tudo mudou”. Nesse tempo, o único autarca que “aparecia”, ou melhor, que apareceu e se envolveu foi o Dr. Pedro Machado. Foi com a sua preciosa capacidade de unir, motivar, bom senso e liderança, que conseguimos “dar a volta” a uma situação que estava, quase, perdida desde a o litoral ao interior mais profundo do distrito de Coimbra .
Tal como nos jogos inteligentes, que usam o princípio elementar de juntar peças para abrir o caminho da vitória, como é exemplo o famoso jogo GO, assim vai ser no distrito de Coimbra, através da estratégia “Unir Para Vencer”, que aposta na união, para construir a força, necessária, para vencer os desafios de hoje e de amanhã.
Na noite de Chicago foram enfatizados os problemas da saúde, da educação e do emprego. Conseguiram a união e espero que consigam levar por diante aquilo a que se propuseram.
No distrito de Coimbra, é preciso acreditar na união, porque, só assim, PODEMOS.

domingo, 26 de outubro de 2008

O número de alunos maiores de 23 anos no Superior cresceu 20 vezes em três anos

Como escrevi anteriormente, o alunos maiores de 23 anos são um "caso muito sério". O JN de hoje, dia 26/10, publica que "Vinte vezes mais alunos maiores de 23 no Superior", com base num parecer do Conselho Nacional de Educação.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

(de)FORMAÇÃO «MAGALHÃES»

Esta "coisa" vai dar muito que falar. Ora,vejam este relato de um Professor coordenador TIC de um agrupamento. Hoje, o Professor Medina Carreira, na SIC Noticias, considerou este lançamento nas escolas do 1º ciclo um bebedeira. Voltarei a este assunto.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Desmotivação de Professores

Desmotivação leva professores a pedir reforma antecipada, noticia a TSF. Não é só por estarem cansados com a burocracia e transformados em meros executantes de directrizes centrais, mas, também, por falta de lideranças que promovam a autonomia e que premeiem o mérito. Não é só no sector de ensino básico e secundário, o mesmo se passa no sector terciário. Há muita gente desmotivada, por várias razões. Por exemplo, nalgumas Escolas do Politécnico de Coimbra, para além dos motivos globais há que acrescentar a falta de liderança dos seus dirigentes, por preparação inadequada. Alguns destes dirigentes poderão levar as Escolas à "banca-rota", devido a politicas suicidárias de contratação de pessoal docente, numa lógica de gestão de clientelas. Ora, a má gestão desmotiva a "moeda boa" e promove a "moeda má". Os que podem aposentar-se, "reformam-se", os que não o podem fazer "afastam-se" lentamente, e, "devagarinho", passam a zelosos "funcionários".

domingo, 12 de outubro de 2008

domingo, 21 de setembro de 2008

500 euros e 118€ por mês

Acabo de ler um excelente artigo do Professor Daniel Sampaio, na Pública, sobre o prémio que Ministério da Educação (ME) entregou - 500 euros - ao melhor aluno de cada estabelecimento de ensino, de onde destaco: "Ao distribuir cheques de 500 euros, o Governo premeia o "produto", em vez de incentivar a pessoa. Estimula uma competição onde as regras não são iguais à partida. Gratifica o número do "resultado", sem olhar para o percurso. Em derradeira análise, elogia quem parece cortar a meta em primeiro lugar, sem olhar para os meios de que se serviu o "vencedor", nem para as vicissitudes do percurso dos "vencidos." A seguir, na SIC, acabei de ouvir que as "Famílias portuguesas gastam pelo menos 118 euros por mês em explicações para que os seus filhos recuperem de maus resultados ou simplesmente consigam as notas exigidas para entrar num curso superior.", segundo um estudo da Universidade de Aveiro (ver no Público on-line). Presumo que são 118€/mês vezes doze, ou seja 1416€ por ano. Ora, para o ano, que é de grande carga eleitoral, o prémio terá de cobrir o diferencial, só assim a familia será totalmente ressarcida do investimento efectuado. Sem comentários!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

"Centenas de crianças sem leite escolar em Coimbra e infantário sem refeições"

Porque razão há "Centenas de crianças sem leite escolar em Coimbra e infantário sem refeições" ? dificuldades de logística ? quando o MEdu está a passar competências (e €) para as Câmaras, este tipo de ocorrências - circunstanciais, espero - tem de ser devidamente analisado. Espero que não seja criado uma espécie de MEdu em cada concelho.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Universidade do Porto em Destak

"Universidade do Porto convence mais alunos e tem melhores notas". A UP bem merece.
Em Coimbra, há uma Escola que a procura de candidatos baixou 30% (média) relativamente ao ano passado, apesar de ter preenchido a 91,25% das vagas. Há cursos com perdas superiores a 50% e apenas um aumentou 15%. O "estranho" é estar em contra-ciclo, pois, quando o aumento da procura é generalizado, repare-se no aumento de 6% da colocações relativamente ao ano anterior, nesta instituição o número de candidatos baixa. Outras IES, em Coimbra, aumentaram este indicador em 50%. Que Escola será esta? só pode ser a que tem um outdoor referindo que há novidades no site, mas relativo ao ano lectivo de 2007/08. Sim, um outdoor com mais de um ano e meio. Só pode ter parado no tempo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Maiores de 23: a Revolução de Veludo do Ministro Mariano Gago?

Tens mais de 23 anos e queres ingressar num curso de ensino superior? Desde o ano lectivo de 2006/2007 que Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Mariano Gago, e a sua equipa procederam à reorganização do acesso ad-hoc por via de um subtil decreto-lei, o 64/2006 de 21 de Março, que fixou as condições para acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos. Do 25 anos baixaram para os 23 e deram autonomia às instituições de ensino superior (IES) para gerirem os seus processos de candidatura e a avaliação da capacidade para o ingresso. Ou seja, cada IES é responsável por gerir os critérios de análise do currículo escolar e profissional de cada candidato, pela realização de uma entrevista e pela realização de provas teóricas e/ou práticas. Quando se caminha para o terceiro ano da sua existência, há que analisar o resultado de um acto de governação. No seu primeiro ano foi alvo de uma acção depreciativa, promotora de segregações entre alunos e criadora de estereótipos (ex: aluno M23) com características de bullying. Não duvido que tenha havido IES's que abriram portas que não deviam, mas não se pode colocar tudo no mesmo saco. O Ministro não gostou e deixou transparecer o seu desagrado, enviando sinais claros para que certas portas nunca mais se voltassem a abrir. Fez bem, apesar de o modelo de financiamento se manter indexado ao número de alunos, podendo levar a estratégias contraditórias com a prestação de um serviço de qualidade. Contudo, este “arejamento” foi, para muitas IES's, como que um tónico, que permitiu que se levantassem das cinzas e criassem dinâmicas regeneradoras. No decurso do segundo ano, as IES's começaram a perceber (estudar) que tipo de clientes (novos) tinham. A caminho do terceiro ano, muitas IES's entenderam os novos públicos e traçaram eixos estratégicos bem dirigidos (para eles), indo ao encontro das suas necessidades, das suas limitações, dos seus problemas e da sua especificidade. Os regimes pós-laboral estão a renascer, após muitas lutas internas nas IES's, o bom senso está a ganhar espaço, absorvendo muitos dos alunos que entram por este regime (maiores de 23). Há muitos trabalhadores que num regime clássico de estudante-trabalhador não conseguiam estudar, mas, hoje, com as dinâmicas em curso o acompanhamento será mais ajustado à sua condição de trabalhador e de estudante. Há mais períodos de aulas ao fim do dia, ao sábado, à distância (elearning), mais tutorais e outros virão por via de processos de inovação. Não confundamos com facilíssimos, será contraproducente, ninguém pode estar interessado neste aspecto: o estudante-trabalhador não se esforça por algo que não terá valor (social, mercado de trabalho, etc) e o professor desiste; apesar de haver sempre “alguns” que é apenas “isto” que procuram. O crescimento deste público tem sido exponencial, em virtude de todas as IES's, quer sejam politécnicos quer sejam universidades, terem aderido e estarem a dinamizarem processos muito competitivos e diferenciadores. A margem de progressão, quer em quantidade de alunos quer em qualidade de serviço, é elevada, necessitando de maior orientação para este alvo e reforço da ligação às comunidades e aos seus agentes institucionais, empresariais, etc.
Será este o eixo de maior (oportunidade) de mudança no contexto de Bolonha? Os indicadores estão a dar sinais muito positivos. Terá sido este inovador regime o verdadeiro motor de restruturação de parte significativa do sector de ensino superior? Será que esta suave mudança levará à revolução de veludo do Ministro Mariano Gago? Começo a acreditar que sim!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Linha do Tua - Comunicado relativo à reunião de 25/7/08

O Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) agradece a todos os que estiveram presentes na Casa Regional dos Transmontanos e Alto-Durienses do Porto, no passado dia 25 de Julho, participando activamente no debate público sobre a Linha do Tua, bem como aos responsáveis deste lugar simbólico localizado no coração do Porto, que reúne os transmontanos residentes na área metropolitana da cidade. (ler + ...)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Linha do Tua - dedate público - Porto - 25/7/2008

Há muito que não escrevo neste espaço. Nota-se!
É para não escrever (sobre) evidências que estou parado. Além disso, o sector terciário da educação está falido e mal gerido, como venho escrevendo há muito tempo. No sector secundário acabaram os problemas: as notas "melhoraram" bastante; há muito menos alunos a abandonar; tudo são "novas oportunidades" que irão "alimentar" o sector terciário (de onde recebo parte do meu ordenado). No sector primário também não há problemas: o QREN vai "renovar" instalações; as criancinhas vão ter melhores professores, porque serão menos; vai haver mais internet e quadros interactivos multimédia (QIM); etecetra. Por isso, tenho passado algum tempo a "explicar" aos futuros professores do pré-escolar, do 1º ciclo e do 2º ciclo para que servem os QIM (em 2010 vai haver 1 por cada 3 salas), dando a minha contribuição para que os financiamentos públicos não venha a cair num saco roto, ie não se transformem em mais um biblô na sala de aula. Foi interessante, haverá mais de 100 (potenciais) professores, em 2010, com "potencial de reflexão" sobre como "usar" estas ferramentas numa estratégia (ensino aprendizagem).

Mas, hoje, o que me levou a escrever foi a Linha do TUA, ou melhor a sua condenação à morte. Amanhã, dia 25/7/2008, às 21h, vai haver um debate público no Porto.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

"Não precisamos de boas estatísticas, precisamos de bons alunos"

Não precisamos de boas estatísticas, precisamos de bons alunos
José Manuel Fernandes - 20080619 - Director do Público
Três anos e meio depois, é cada vez mais claro que uma mulher que se apresentou como grande reformadora do sistema educacional há muito que passou a funcionar apenas em função dos resultados estatísticos que puder apresentarQuando Maria de Lurdes Rodrigues foi nomeada ministra da Educação pouco se sabia da sua experiência política excepto que, como colaboradora de Mariano Gago no tempo em que este passara pelo Ministério da Ciência, realizara um trabalho competente de sistematização estatística. Na pequena ficha que, a 5 de Março de 2005, se escrevia no PÚBLICO sobre esta figura ainda desconhecida da opinião pública referia-se que "a socióloga Maria de Lurdes Rodrigues, 48 anos, foi a primeira presidente do Observatório das Ciências e das Tecnologias, criado em 1997 por Mariano Gago" e que "a sua função era recolher estatísticas sobre a actividade científica portuguesa".
Três anos e meio depois, é cada vez mais claro que uma mulher que se apresentou como grande reformadora do sistema educacional, e que tomou algumas medidas correctas e importantes no início do seu mandato, há muito que passou a funcionar apenas em função dos resultados estatísticos que puder apresentar. Só assim se compreende a forma agressiva como, nos últimos tempos, tem reagido a todas as críticas, vindas quer das associações de professores (não confundir com sindicatos), quer das sociedades científicas sobre o caminho que está a seguir para conseguir essas estatísticas. Mais exactamente: sobre o facto de uma ministra que tem dito que deseja dificultar a possibilidade de "reter" um aluno que não tem as competências mínimas para passar de ano ter criado um clima que permite que o nível de exigência nas provas de aferição e nos exames nacionais do 9.º e 12.º anos possa estar a descer. E só dizemos "possa estar" e não que está mesmo a descer porque neste domínio se recomenda um cuidado que não é compaginável com a arrogância. Esta fica para os responsáveis do ministério e pode bem caracterizar a forma como ontem tanto a ministra, como o director do Gave - o gabinete responsável pelas provas - reagiram às críticas quer da Associação de Professores de Português, quer da Sociedade Portuguesa de Matemática.
Se os nossos estudantes tivessem evoluído de forma gradual, ao longo do mandato deste Governo, passando de elevados percentagens de provas de aferição negativas no 4.º e 6.º anos tanto a Matemática como a Português, estaríamos aqui a celebrar: todos desejamos melhores níveis de aprendizagem ao longo de todo o ciclo de ensino.
Agora aquilo que surpreende é que se celebre, como a ministra fez, um salto inverosímil na qualidade das aprendizagens - de repente as negativas a Matemática passam para metade nos 4.º e 6.º anos - quando as indicações vindas da evolução do sistema ainda o ano passado iam em direcção contrária, pois o famoso plano de recuperação que já estava em marcha não tivera qualquer efeito nos exames do 9.º ano, onde os resultados haviam piorado. Será que tal plano só teve efeito nos primeiros ciclos? Ou será que, como defende uma sociedade científica dirigida por um matemático cujas qualidades como divulgador foram este anos premiadas a nível europeu, os exames eram demasiado elementares?

Ainda antes de conhecer os resultados das provas já a SPM havia levantado o problema. Não ficou à espera dos resultados para dar a sua opinião: pronunciou-se a tempo e horas. E sem o fazer na base do ataque pessoal ou de carácter, ao contrário do que ontem fez o director do Gave, Carlos Pinto Ferreira, a quem não se conhecem competências para dizer que alguém como o presidente da SPM, Nuno Crato, deve ser uma pessoa "que de certeza absoluta não sabe nada de avaliação educativa".
A incapacidade de suportar a crítica e de responder com argumentos sérios, fundamentados e detalhados marcou de resto o discurso de ontem dos responsáveis ministeriais e pode até ser a explicação para o que resulta de incompetência ou de golpe de baixa política: não enviar os critérios de correcção às associações de professores, impedindo-as assim de se pronunciarem a tempo e horas para os meios de comunicação social. Será por recearem ser criticados? Ou por retaliação face a críticas anteriores?
Esperava-se que face a um tema tão importante como a avaliação do processo de avaliação o ministério actuasse com mais transparência a abertura à crítica, até porque esta tem sido feita de forma construtiva. Tal como não se esperavam comportamentos que indiciam reacções do tipo "quem se mete com o PS, leva".

sábado, 31 de maio de 2008

A Falta de Cooperação (1)

Após um período de retiro, retomo a actividade neste blog. A paragem não se ficou a dever a nenhuma depressão, motivada pela grave crise económica, de valores e de ideias inovadoras. Hoje, perdeu-se (ou adiou-se?) a hipótese de iniciarmos um ciclo para redução do estado. Por isso, iniciarei uma série de post sobre a "falta de cooperação".

Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre, a “Cooperação, no contexto da economia e sociologia, é uma relação de entreajuda entre indivíduos e/ou entidades, no sentido de alcançar objectivos comuns, utilizando métodos mais ou menos consensuais”. Ora, a falta de cooperação é um elemento de explicação corrente sobre insucessos, problemas, lacunas, défices, dificuldades, etc. Vejamos alguns casos exemplificativos.
No site da Presidência da República, a propósito do desenvolvimento da biotecnologia, diagnostica-se que este dependerá dos progressos realizados em três vertentes fundamentais, dos quais saliento “o combate à fragmentação (traduzida pela falta de cooperação entre o sistema de investigação científica e a indústria, pela falta de cooperação entre empresas europeias e pela falta de cooperação entre instituições de investigação europeias)”.
Numa recente Conferência Internacional sobre o ensino da Matemática, os Professores desta disciplina evidenciaram que o “falarem mais entre eles”, quer os de escolas diferentes quer os que leccionam em ciclos diferente (primeiro, segundo, etc), resultaram muitos exemplos de boas práticas. Sendo esta colaboração recente, retenho uma nota do jornal Público (8.5.2008) com declarações de uma professora sobre a falta de cooperação com outros professores de uma escola vizinha à sua: “Claro que já podia ter feito este contacto, mas sabem como nós, os professores, somos tão distraídos”.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

lockdown

De "O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: LOCKDOWN" sobre como "... inundar o país de licenciados sem qualidade, criar uma imagem artificial de sucesso quando o sistema está podre, corromper os bons professores, dar oportunidades imerecidas aos maus, forçar para o estrangeiro os melhores alunos...".
Há um sentimento de facilitismo que está a crescer, a ganhar corpo e a ficar muito presente em muitos sectores da sociedade. A blogoesfera está ser o espaço de comunicação livre destes sentimentos. Não faltará muito para começarem a aparecer os casos concretos ...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Novas prepotências nas IES

Escrevia J. Cadima Ribeiro no seu Universidade alternativaConstruída como o foi a lei, havia o risco de “a montanha parir um rato”. Pois bem, a um mês do final do prazo que a lei conferia às IES para adequarem os seus estatutos ao novo enquadramento legal, não creio arriscar muito com a afirmação de que as piores expectativas estão em vias de ser confirmadas Acrescento, ainda há pior: com a ameaça de fome e outras nuvens cinzentas, a precariedade dos docentes aumentou, assim como a postura prepotente de, alguns, dirigentes no activo. Mais ainda, os alunos começam a revoltar-se com os resultados práticos de Bolonha, ainda por cima vão sentido, cada vez mais, o peso das propinas. Desmobilizam dos orgãos, escrevem em blogs e listas de email o seu descontentamento. As posturas prepotentes, que não promoveram um debate alargado dos novos estatutos, não conseguem esconder certos tiques: fecham os canais de comunicação aos alunos, desvalorizam o seu descontentamento e ignoram sinais resultantes dos números do desemprego de licenciados. Que fazem, muitos dirigentes, para contrariar o abandono e o estado de desmotivação de muitos alunos, especialmente dos sectores mais castigados? Nada. Vão continuar a enganá-los? Vão, fechando-se, prepotentemente , no poder.


domingo, 4 de maio de 2008

Sem comentários: "Não reprovemos os alunos, diz a OCDE" - de Cartas ao Director do Público (4.5.08)

«A propósito do artigo de primeira página no PÚBLICO de 30 de Abril, deixem-me contar-vos uma pequena história verídica: sou professora de Inglês numa escola secundária. Há tempos, um aluno de 10.º ano, nível 6 da língua inglesa, procurava desesperadamente no dicionário, palavra a palavra, durante um teste, tudo o que não sabia.A propósito do artigo de primeira página no PÚBLICO de 30 de Abril, deixem-me contar-vos uma pequena história verídica: sou professora de Inglês numa escola secundária. Há tempos, um aluno de 10.º ano, nível 6 da língua inglesa, procurava desesperadamente no dicionário, palavra a palavra, durante um teste, tudo o que não sabia. Vendo que estava a perder muito tempo, abeirei-me dele e pedi-lhe que me dissesse o que procurava porque estava a perder muito tempo. Procurava a palavra "mas"! Fiquei perplexa e respondi-lhe: "Então não é but?" Agradeceu-me e, mal eu virei as costas, chamou-me e disse-me: "Já agora, professora, podia dizer-me como se diz "o". E eu: "o" de o, a, os, as?" Sim, foi a resposta!
Não estou a brincar, juro. Acontece que este aluno NUNCA tinha tido uma única nota positiva a Inglês desde o 5.º ano de escolaridade. Chamei a mãe que, ingenuamente, me confirmou que, como ele, "não dava para o Inglês", já lhe tinha dito que estudasse as outras disciplinas e deixasse aquela de lado.
Na mesma turma, de 27 alunos, havia excelentes alunos na disciplina, outros que tinham explicação, outros que andavam no Instituto de Línguas há anos, etc. Como é que no fim do ano, por mais esforços que o professor faça, se passa um aluno destes que nem sequer compreende uma palavra do que eu digo nas aulas? No secundário, como é sabido, as disciplinas são de passagem obrigatória, uma a uma.
E falam da Finlândia! O primeiro-ministro esteve na Finlândia a ver as escolas e veio de lá encantado. Eu conheço bem o sistema finlandês e por isso me pergunto: será que não reparou que, dentro da sala de aula, há outro professor só para ajudar estes alunos e não fazer os outros perderem tempo de aprendizagem? Será que a OCDE sabe que as famosas aulas de apoio em Portugal são facultativas ao nível do secundário? Será que a OCDE sabe que as aulas de apoio em Portugal não são "tempos lectivos" no novo Estatuto da Carreira Docente, ou seja, "ensina-se" mas não se está a "leccionar"? Será que os pais dos outros países estudados pela OCDE dizem aos filhos para deixarem uma ou duas ou três disciplinas de lado porque "não dão para aquilo"?
Não brinquem com o ensino e com os professores, se faz favor. Venham, incógnitos, disfarçados, escondidos ou às claras, ver o que se passa nas nossas escolas. Por favor, não se deixem enganar por aqueles que julgam que, por decreto, boa vontade, caridade cristã, se passam alunos que nunca perceberam o que significa estudar.
O Presidente da República espanta-se com a ignorância dos jovens em termos políticos e cívicos; aos professores já nada os espanta. Nem mesmo quando um jovem, com cinco anos completos de estudo de Inglês, não sabe dizer but!
E, já agora, aproveito para acrescentar: se as notas dos nossos alunos contam para a nossa avaliação, e uma vez que o Inglês nem sequer tem exame nacional, não irá acontecer que os piores professores de entre toda a classe não começarão a passar os alunos que não sabem dizer but e terão uma excelente avaliação, e os melhores, os que ainda sabem o que estão a fazer, serão sacrificados pelos seus princípios deontológicos?»
Carmo Gago da Silva, professora
Setúbal

sábado, 3 de maio de 2008

Jacarandás em Coimbra

Os jacarandás em Coimbra estão a começar a florir. A não perder!

Porque se fazem reformas?

No Economia do Público, de 2.5.2008, um politico ex-ministro, tecnocrata reputado com muitas responsabilidades em politicas desenvolvidas e decisões tomadas - Arlindo Cunha - afirmou o seguinte:
(pergunta de José Manuel Rocha) "Em todas as reformas há uma grande diferença entre as razões que os responsáveis avançam e aquilo que de facto os pressionou a avançar com o processo."
(resposta de Arlindo Cunha)
"Os ministros nunca invocam as dificuldades orçamentais nem as pressões externas para justificarem as reformas. São sempre feitas, no discurso oficial, para dar resposta a problemas de cidadania. Bem-estar animal, questões de equilíbrio ambiental, segurança alimentar, contrariar a desertificação, equidade. Mas isto é apenas o discurso para legitimar a reforma que foi feita por outras razões - pressão orçamental interna e pressões externas."
Delicioso!
A reforma de Bolonha tá explicada.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

CRESÇA CONNOSCO (Diário de Coimbra, 23/4/2008)

Procuram-se “jovens recém-formados com ambição e grande sentido empreendedor” é como começa muitos anúncios de oferta de emprego (talvez trabalho seja mais adequado). Os empregadores querem que “estes” jovens “saibam enfrentar dificuldades”; “que sejam persistentes”; “que saibam automotivar-se”; “que tenham curiosidade”; “que saibam e queiram aprender”; “que gostem de ler”; “que tenham vontade e capacidade de inovar”; “que saibam vender”.
E o que oferecem os empregadores a “estes” jovens?
“Um ambiente profissional competitivo”; “uma equipa bem preparada”; “objectivos ambiciosos”; “um ritmo de trabalho elevado”; “um estímulo à aprendizagem e à valorização permanente”; “uma avaliação exigente que selecciona e reconhece os melhores”.
E ainda acrescentam: “Será dada preferência a candidatos que tenham trabalhado durante o curso, que tenham vivido noutros países e que tenham praticado actividades desportivas, artísticas ou quaisquer outras que exijam perseverança, disciplina e força de vontade”.
Exigente e selectivo? Naturalmente. Mas, não devia ser este um perfil normal, que não fosse preciso explicitar em anuncio de página inteira?
Será preciso enfatizar dotes como a perseverança, a disciplina e a força de vontade ?.
Quando os empregadores chegam a tal ponto ...
Será a Escola culpada?
Hoje, ao nosso processo educativo não deixa de estar “ligado” um sentimento de pouco exigência, de facilitismo, onde o 10 é quanto basta. As novas oportunidades; os “maiores de 23”; as “equivalências” administrativas para licenciatura ou acesso a mestrados no contexto de Bolonha têm contribuído para este sentimento. Felizmente, temos muitos exemplos que contrariam este sentimento, apesar de muitos afirmarem que já está instituído, ie tornou-se “cultura”, com fundamentos no “eduquês” e nos duros dados da OCDE.
Será a Família culpada? ou a televisão? ou, porque não, a Internet? ou, lá vamos nós, o telemóvel?
Por isso, muitas empresas desenvolvem campanhas de oferta de trabalho, para recém-formados, que, propositadamente, intitulam de “Cresça Connosco”.
Não devia de ser “Continue a Crescer Connosco”, sinal que, pelo menos, a Escola, a Família e a Comunidade tinham estado de “mãos dadas”?

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Consórcios em marcha ,..

Vem aí medidas legislativas sobre consórcios, com medidas especialmente orientadas para apoiar a concretização entre politécnicos.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Amanhã vou ao TUA

Ainda é possível viajar na linha do TUA. Vai ser por poucos dias. Depois virá a destruição. Amanhã vou lá levar os meus filhos. Está a decorrer uma petição para tentar salvar este património. Assine e vá lá, enquanto é possível.

sábado, 22 de março de 2008

Escola Pública: falta de autoridade!

A falta de autoridade e disciplina na escola pública é um dos seus grandes problemas. Apesar da contudência das palavras, não posso deixar de concordar com Vasco Pulido Valente (Público, 22 de Março de 2008): "... O Governo pretende agora "avaliar" os professores. Se existisse justiça neste mundo, devia "avaliar" primeiro a longa linha de ministros que desde Veiga Simão (um homem nefasto), Roberto Carneiro e Marçal Grilo arrasaram no ensino do Estado a autoridade e a disciplina e o tornaram na trágica farsa que hoje temos. "

segunda-feira, 17 de março de 2008

“É muito perigoso expressar a opinião na blogosfera”

II Encontro de bloggers do Ensino Superior (a minha falta ficou a dever-se a problemas pessoas de última hora, lamento): deixo uma nota preocupante sobre se, realmente, é muito perigoso expressar a opinião na blogosfera” devido ao ”ao ambiente persecutório” que se vive no ensino superior (?). Há muitos professores em situação precária, há muitos relacionamentos clientelares, há muita falta de "maturidade" que permita não ter medo de opinar, há muita postura de não me incomodem que também incomodo ninguém (low profile), há muito pouca cultura de reflexão (think thank) e, também, há poucos "ideiaotas" (geradores de ideias).

quarta-feira, 12 de março de 2008

Falta Futuro ? (Diário de Coimbra, 12/3/08)

Apodrecer ao sol é um título "roubado" do artigo de opinião de Vasco Pulido Valente, publicado no Público de 23.2.2008, que se podia aplicar a um certo destino de Coimbra após diagnóstico de alguns sectores e de a nuvem ameaçadora, resultante do "mal-estar e degradação da confiança" segundo a SEDES, nos empurrar para um bloqueamento inevitável.
Será que esta inevitabilidade, que há muito se traduz numa apatia no desenvolvimento regional, se justifica somente pela crise económica ?
Será que os portugueses “daqui” se resignam com as dificuldades, contrariamente ao desafio que o Presidente da República tem lançado?
Manuel Carvalho, no Público de 23.2.2008, avança com "a lição que vem da universidade" pela ousadia das propostas de mudança da Universidade (pública e Católica) e do Politécnico do Porto, através de projectos revolucionários que procuram racionalizar, criar massa critica, criando as condições para desenvolvimentos de nível mundial. Ao fazê-lo enviaram sinais aos agentes da cidade e da região que "o caminho não se vence com lamurias ou ideias magnificas", mas promovendo a colaboração, a rede, o empreendedorismo e a sustentabilidade das iniciativas de risco de mudança. O movimento gerado pela ousadia da Universidade do Porto mostra a outras cidades e regiões que, com esta atitude, aponta para soluções de sucesso: "a concertação de interesses, a conjugação de esforços e de saberes ou a discussão em torno de acções concretas", como faz notar Manuel Carvalho. Este, finaliza num registo magnifico: "as lições dos professores extravasam as paredes da universidade". Do Porto, claro!
Aqui, na cidade e região de Coimbra, lamentavelmente as paredes da universidade e do politécnico não extravasam mudança nem atitudes ousadas, que contribuam para estratégias capazes de dar respostas aos problemas. Também não nos resignamos. Contudo, há interesses instalados, ultra-conservadores, que inibem dinâmicas de progresso.
Tomemos o exemplo que me é próximo: o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), e procure-e e pergunte-se por propostas ousadas de mudança que estão em discussão. Encontra-se um “deserto” dominado pelos sectores conservadores das Escolas, que controlam a Assembleia Estatutária, garantido o reforço da estrutura federalista, mantendo tudo tal como está: bloqueado.Será desta forma que uma instituição tende a ser vista como um agente da parceria para o desenvolvimento? Não. Não partilho desta postura.
O novo regime jurídico para as instituições do ensino superior (RJIES) não é, com certeza, a melhor lei, mas criou a oportunidade para efectuar mudanças, sem esquecer que se deve identificar os benefícios e os custos associados. No IPC, e na generalidade das IES, urge tornar eficientes os processos transversais e criar mais racionalidade na gestão integrada do sistema, contribuindo para a sua sustentabilidade.
Falta Futuro ?
Talvez. De facto, falta um olhar para a frente, um apontar de novos caminhos.

domingo, 2 de março de 2008

CONFAP/Albino Almeida - falta de legitimidade

Exmo Senhor Director do Público,

Após ler no Público de hoje, dia 2.3.2008, que os "Pais apoiam ministra de Educação no dia em que Cavaco Silva faz apelo à serenidade" venho efectuar a seguinte declaração:

Eu, pai de uma filha no 2º do ensino básico, de um filho no 8º ano do ensino básico e de uma filha no ensino superior, declaro que a CONFAP: Confederação Nacional das Associações de Pais, representada pelo seu presidente Albino Almeida não tem procuração para efectuar declarações em meu nome, nem legitimidade para falar em nome de Todos os pais deste país. Como tal, repudio o titulo abusivo da Vossa informação.
(...)
J. Orvalho

Avaliar Professores

Batemos no fundo. Há que desligar a máquina no botão on/off, retirar a tomada da corrente e esperar, por causa dos transitórios. Trata-se de um reset a frio, pois a temperatura está altíssima. Tantas horas que já se gastaram com "reformas" de organização: estatuto do aluno, necessidades educativas, musica, titulares, avaliação dos professores ... e para quê?
Para controlar tudo, infantilizando os professores. Isto é contrário à autonomia.

sábado, 1 de março de 2008

Revista de imprensa: "MAL-ESTAR DOCENTE"

João Miranda, no DN de hoje, "regista" aspectos relevantes do processo da educação em Portugal. Enfatizo os seguintes:
  • "Os professores são infantilizados por um Ministério da Educação que lhes diz o que ensinar, o que valorizar na avaliação, que filosofia educativa seguir e como disciplinar os alunos."
  • (os Professores) "Habituados que estão a que lhes digam o que fazer, nunca declaram o que querem."
  • "Falta aos professores a autonomia individual e às escolas a autonomia institucional para serem eles próprios os agentes da mudança. Ironicamente, o Ministério da Educação quer que estes professores, que não são agentes autónomos na sua própria vida profissional, formem alunos autónomos."

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Legitimidade ética das Assembleias Estatutárias

Na Universidade do Porto o processo de reorganização está a incomodar o reitor, pela contestação interna e porque as opções estratégicas foram divulgadas pela comunicação social. Há mau estar e reacções diversas, com algumas a transformarem-se em moções. Segundo o Público, de hoje, na Fac. de Arquitectura está a decorrer uma discussão interna, havendo uma moção onde se pode ler que "a assembleia estatuária (AE) da Universidade não discutiu durante a campanha eleitoral o processo de negociação conducente à adopção, por parte da UP, do estatuto jurídico de Fundação, nem a reorganização interna conducente à fusão das suas unidades orgânicas em cinco escolas". Esse facto, refere o texto, "fragiliza a legitimidade ética da AE, a não ser que ela se fundamentasse num debate alargado onde tivesse sido possível auscultar as diferentes unidades orgânicas e esclarecer sobre o conteúdo e as consequências positivas e negativas destas decisões".
A Uni. de Aveiro tem um site - UA em Mudança: "Pretendendo-se que este seja um processo participado por toda a comunidade é importante criar canais para divulgação de informação e troca de opiniões." Se for realmente assim e não apenas um "faz de conta", então o processo de mudança, se for o caso, terá menos hipóteses de ser fragilizado. Em grande parte das IES os processos eleitorais, para as AE's, não tiveram debates alargados nem os protagonistas revelaram grandes projectos de mudança, só os revelando após eleitos. Por isso, se começa a questionar a legitimidade. Há que referir que o RJIES dispõe que a AE tem de ouvir os actuais órgãos da institução e as suas unidades orgânicas.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Revista de imprensa: "APRENDER A ESTAR MORTO"

No DN de hoje, um tirada excelente de Manuel Maria Carrilho:

(...)
Debates?

Antes, anuncia-se o que se vai dizer. Depois, não se pergunta nada que não se saiba já que se vai perguntar, e não se responde nada que não se antecipe logo que se vai responder. Tudo depende cada vez mais do contexto e da forma, tudo se reduz assim à habilidade e à inspiração do momento. Só não se percebe porque é que se chama a isto. "debates parlamentares".

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

IPLeiria com novos estatutos.

O IPLeiria aprova novos estatutos. O IPL é o o primeiro instituto politécnico com os novos estatutos aprovados pela respectiva Assembleia Estatutária.
Parabéns, deram um GRANDE PASSO EM FRENTE. O novo modelo organizacional vai levar o IPLeiria à liderança do motor de desenvolvimento regional, a par da Universidade de Aveiro, empurrando Coimbra para o "fundo da tabela" do desenvolvimento. É uma questão de tempo.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Regresso e Politécnicos Fortes

De regresso à actividade "bloguistica", após ausência para reflexão pessoal, chamo a atenção para a revolução de racionalidade, caso o Anteprojecto de Estatutos do IPLeira venha ser aprovado. Para muitos outros - na minha perspectiva os conservadores - como é o caso do IPCoimbra (verifiquem os resultados das eleiçoes para a Ass. Estatutária), é uma desgraça. É uma questão de tempo (pouco), para vermos as diferenças entre quem ousa e quem quer manter tudo na mesma.
O Ministro José Mariano Gago, na Oração de Sapiência no IPBragança, deixou o desafio: "... as instituições e o seu quadro geral apenas se renovam com trabalho e luta. Consolidar Institutos Politécnicos superando com inteligência a sua origem de federações de escolas, mas não as burocratizando, antes libertando e apoiando as forças de cada unidade num conjunto com direcção, é um desafio que estou certo vai ser vencido."

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Universidade de Aveiro: parabéns !

Regressei ao blog, após umas semi-férias, e logo para dar os parabéns à Universidade de Aveiro por ser a primeira instituição de ensino superior público a avançar com a proposta de "a possibilidade do estabelecimento de ensino superior se vir a transformar numa fundação pública com regime de direito privado", segundo o Público on-line. Sem medo de uma gestão (mais) flexível, com financiamentos suportados por contratos programa plurianuais, com mais possibilidades de alinhar (conciliar) os eixos do desenvolvimentos estratégico com o financiamento (OE e receitas próprias), etc. Já tive a oportunidade de gerir um plano de desenvolvimento estratégico com base num contrato programa (ESEC-IPC) com excelentes resultados, por isso, recomendo o modelo. Ora, mais uma vez a UA está na vanguarda, sem medo da inovação organizacional. Quantos "medos" do modelo fundacional remeto para o CENTRO PORTUGUÊS DE FUNDAÇÕES.