Apodrecer ao sol é um título "roubado" do artigo de opinião de Vasco Pulido Valente, publicado no Público de 23.2.2008, que se podia aplicar a um certo destino de Coimbra após diagnóstico de alguns sectores e de a nuvem ameaçadora, resultante do "mal-estar e degradação da confiança" segundo a SEDES, nos empurrar para um bloqueamento inevitável.
Será que esta inevitabilidade, que há muito se traduz numa apatia no desenvolvimento regional, se justifica somente pela crise económica ?
Será que os portugueses “daqui” se resignam com as dificuldades, contrariamente ao desafio que o Presidente da República tem lançado?
Manuel Carvalho, no Público de 23.2.2008, avança com "a lição que vem da universidade" pela ousadia das propostas de mudança da Universidade (pública e Católica) e do Politécnico do Porto, através de projectos revolucionários que procuram racionalizar, criar massa critica, criando as condições para desenvolvimentos de nível mundial. Ao fazê-lo enviaram sinais aos agentes da cidade e da região que "o caminho não se vence com lamurias ou ideias magnificas", mas promovendo a colaboração, a rede, o empreendedorismo e a sustentabilidade das iniciativas de risco de mudança. O movimento gerado pela ousadia da Universidade do Porto mostra a outras cidades e regiões que, com esta atitude, aponta para soluções de sucesso: "a concertação de interesses, a conjugação de esforços e de saberes ou a discussão em torno de acções concretas", como faz notar Manuel Carvalho. Este, finaliza num registo magnifico: "as lições dos professores extravasam as paredes da universidade". Do Porto, claro!
Aqui, na cidade e região de Coimbra, lamentavelmente as paredes da universidade e do politécnico não extravasam mudança nem atitudes ousadas, que contribuam para estratégias capazes de dar respostas aos problemas. Também não nos resignamos. Contudo, há interesses instalados, ultra-conservadores, que inibem dinâmicas de progresso.
Tomemos o exemplo que me é próximo: o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), e procure-e e pergunte-se por propostas ousadas de mudança que estão em discussão. Encontra-se um “deserto” dominado pelos sectores conservadores das Escolas, que controlam a Assembleia Estatutária, garantido o reforço da estrutura federalista, mantendo tudo tal como está: bloqueado.Será desta forma que uma instituição tende a ser vista como um agente da parceria para o desenvolvimento? Não. Não partilho desta postura.
O novo regime jurídico para as instituições do ensino superior (RJIES) não é, com certeza, a melhor lei, mas criou a oportunidade para efectuar mudanças, sem esquecer que se deve identificar os benefícios e os custos associados. No IPC, e na generalidade das IES, urge tornar eficientes os processos transversais e criar mais racionalidade na gestão integrada do sistema, contribuindo para a sua sustentabilidade.
Falta Futuro ?
Talvez. De facto, falta um olhar para a frente, um apontar de novos caminhos.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Falta Futuro ? (Diário de Coimbra, 12/3/08)
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