terça-feira, 2 de junho de 2015

A Evolução do Outsourcing: de Transacional para Parcerias Colaborativas (Diário de Aveiro, 2/6/2015)

O outsourcing na indústria eletrônica evoluiu dramaticamente durante a última década. Na sua primeira forma, mais elementar, no modelo OEM (Original Equipment Manufacter): ‘Fazer versus Comprar’, as decisões eram baseadas, em grande parte, nas oportunidades para reduzir custos ou encontrar fabricação especializada e precisa. Os fornecedores de outsourcing assumiam a fabricação de produtos específicos numa base de contractos específicos. Através de economias de escala, por via de muitos desses contratos, os fabricantes foram capazes de alavancar capacidade operacional, capacidade baseada em mão-de-obra barata e outras competências para diminuir os custos do OEM. Este modelo convencional de outsourcing serviu o sector de OEM da industria eletrônica até meados dos anos 1990, quando a procura era relativamente previsível, a concorrência era menor e menos agressiva e os produtos eram mais simples. Depois, a situação começou a mudar: os produtos tornaram-se mais complexos. As OEM constataram que tinham que aumentar dramaticamente os investimentos em bens de capital para manter com novos requisitos de fabricação, reduzindo substancialmente que os seus lucros. Assim, o ritmo da inovação aumentou dramaticamente, para haver produtos com ciclos de vida mais curtos e aumentar da pressão para diminuir o tempo de chegar ao mercado. Os clientes tornaram-se cada vez mais exigentes e inconstantes, num modelo de mercado muito partilhado. Em resposta, muitas OEM evoluíram para regime de outsourcing de parceria para desenvolvimento de novos produtos, reduzindo custos e tempo (ciclo de desenvolvimento). Os OEM verificaram que se tivessem mais contractos de colaboração em outsourcing, melhoravam a sua capacidade de planeamento e adquiriam capacidade de resposta às rápidas mudanças do mercado. Colocando em outsourcing a fabricação e algumas atividades de "upstream" da sua cadeia de abastecimentos, as OEM constaram que poderiam concentrar-se nas suas competências essenciais, nucleares. Durante a década de 1990, a quota europeia de produção de semicondutores aumentou para mais de 15% da produção mundial. No entanto, na última década, ele caiu para baixo dos 10% (Japão 22%; Coreia do Sul 18%; Taiwan 17%; os EUA 13%). No entanto, a Europa tem pontos fortes em mercados verticalmente integrados, como o automóvel, energia, segurança, smartcards e uma posição de liderança em novos mercados, como sensores e microssistemas. Com o plano “A European Industrial Strategic Roadmap for Micro- and Nano-Electronic Components and Systems”, que completa a ação da Estratégia Eletrônica para a Europa, cujo orçamento total previsto é de € 5 bilhões ao longo dos próximos sete anos, a Comissão Europeia assumiu que a Europa pode capturar até 60% de novos mercados eletrônicos e dobrar o valor econômico da produção de componentes de semicondutores na Europa nos próximos 10 anos. Estas são algumas das conclusões retiradas do estudo Micro Outsourcing - Oportunidades e Orientações Estratégicas para PME TICE, recentemente elaborado pelo Grupo CH no âmbito do Projeto Alvos Estratégicos promovido pela Inova-Ria – Associação de Empresas para uma Rede de Inovação em Aveiro, cofinanciado pelo QREN/COMPETE/FEDER e disponível e www.inova-ria.pt.

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