“A energia mais barata é aquela que se poupa”
é um slogan típico de um qualquer governo português antes de começar a
governar. Todos afirmam que vão promover
“uma maior eficiência da Administração Pública, das empresas e dos
comportamentos individuais dos cidadãos”. Na Administração Pública tem havidos
dezenas de intenções: instituir metas obrigatórias de iluminação interior por
soluções mais eficientes; acções ao nível dos edifícios, das frotas, ...
Sendo a eficiência energética uma parte
integrante da Indústria 4.0, um governo, neste quadro, em paralelo com a
criação de condições para o tecido
empresarial, devia de dar o exemplo com os seus serviços, passando dos
“powerpoints” à prática efectiva.
Um estratégia nacional para a industria 4.0 é
um eixo importantíssimo, que, devidamente, conjugado com estratégias de cidades
inteligentes contribuirá para um poupança de energia. A Indústria no futuro, em
poucos anos, será muito distante da que hoje conhecemos, e reconhecemos, no que
se trata de gestão da produção e da energia.
É preciso uma gestão holística dos fluxos de
energia para se atingir objetivos ambiciosos da União Europeia para 2030,
respeitando os compromissos assumidos em Paris, em Novembro de 2015, na 21ª
Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
(COP21).
Um governo devia lançar concursos para
implementação de acções de ecodesign na Administração Pública, para acabar com
os equipamentos energeticamente pouco eficientes, como por exemplo, os certos
eletrodomésticos, de modo a conseguir maior eficiência energética. O estado tem
de dar o exemplo!
Vamos esperar que a Comissão Europeia determine
restrições de ecodesign nos lares europeus para conseguir acabar com
eletrodomésticos que são energeticamente ineficientes ? ... de forma a diminuir
as emissões de dióxido de carbono, tal como foi apresentado pelo comissário Jyrki Katainen,
vice-presidente da Comissão para o Emprego e Competitividade, e debatido na
reunião do colégio de comissários no dia 20 de abril de 2016. Tendo, o mesmo,
referido que a poupança energética com esta mudança pode equivaler ao consumo
total anual da Áustria e Portugal.
Apesar de não ter havido referência direta nem
a chaleiras, nem a secadores, nem a torradeiras sabe-se que a medida pretende
abranger todos os pequenos eletrodomésticos. O referido comissário destacou,
ainda, as virtudes do ecodesign, o qual reforçou o poder da tomada de decisão dos
consumidores, deu apoio ao mercado único, estimulou a competitividade e a inovação
na Europa, não esquecendo o facto, não insignificante, de o ecodesign ter
contribuído para os consumidores terem reduzido (poupado) as suas contas de
energia em cerca de 500 euros por ano.
João Orvalho, jgorvalho@gmail.com
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