Na passada semana estive num zoom às smart cities, no evento
internacional para as cidades inteligentes em Portugal, precisamente o Zoom
Smart Cities, em Lisboa.
“Eu quando pensei em ideias para cidades
inteligentes pensei, por exemplo, na criação de um aspirador central que
pudesse, em poucos minutos limpar uma cidade inteira (…)”, uma declaração
proferida por Fernando Alvim, Apresentador de Rádio e TV (Antena 3 e RTP), que
usou o humor para definir e forma como o cidadão comum olha para a temática das
Smart Cities. Com esta e outras ideias arrancou gargalhadas mas acabou por
mostrar de forma divertida que pensar em cidades inteligentes é pensar na
implementação de soluções que sirvam os cidadãos, que tornem as suas vidas mais
fáceis, que ajudem e contribuam para a felicidade comum. Já não se fala apenas
de cidades tecnológicas, para mostrar que é necessária a criatividade, a
audácia em implementar projetos que despertem nos cidadãos vontade de viver e
participar na sua cidade, a arte, as politicas sociais, e obviamente as
politicas económicas que promovam desenvolvimento sustentável.
Saskia Sassen, conceituada socióloga e
investigadora, colocou a questão: “Quem
são os donos das cidades?”
A resposta não se fez esperar: “Se uma
cidade inteligente não mobiliza a inteligência dos seus cidadãos, então, não é
muito inteligente, é apenas a implementação de sistemas técnicos”, defendeu.
“Quando introduzimos as pessoas, tudo se complica, pois estas não têm só um
formato, não podemos controlar as suas opiniões, os seus desejos ou as suas
preocupações. Isso eleva o nível de complexidade, pelo que digo que ser smart
significa ser capaz de lidar com um cenário muito mais complexo do que aquele
que ocorre num laboratório no desenvolvimento de uma tecnologia”, concluiu.
Neste sentido, a cidade de Chicago tem o
projeto “Array of Thinks” (AoT) onde se questiona: quem é o dono dos dados?. O
AoT tem como objectivo tornar uma cidade inteligente aberta, democrática e
colaborativa. É um conceito que passa por sensores posicionados ao redor da
cidade, os quais adquirem dados sobre a qualidade do ar, tráfego pedestre e de
veículos, por exemplo, mas nada sobre o individuo-cidadão, qualquer dado privado, intrusivo. Os dados
são disponibilizados a todos – abertos – para a investigação, poder local, empresas, empreendedores,
criativos e para o cidadão comum.
João Orvalho, jgorvalho@gmail.com
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